domingo, 30 de dezembro de 2012

A Máscara do Poder: Carisma e Liderança no Cinema.


O projeto Encontros-Brasil: Laboratório Internacional de Teatro, Cinema e Direitos Humanos está organizando no primeiro sábado de janeiro dia 05 às 18hs no Palácio Rio Negro a conferência do Professor Dario Viganò, sobre a temática: "A Máscara do Poder: Carisma e Liderança no Cinema" tema de seu último livro. A conferência contará com projeções de imagens e discussões sobre o tema.

Dario Edoardo Viganò depois de iniciar seus estudos em Filosofia e Teologia em Milão, obteve a Licenciatura e o Doutorado em Ciências da Comunicação pela Università Pontificia Salesiana. É professor ordinário de Teologia da Comunicação na Università Lateranense, onde é Diretor do Centro Lateranense Alte Scuole; foi Presidente do Istituto pastoral Redemtor Hominis de 2006 a 2012. Ensina Linguagem e mercado do Audiovisual e Teorias e Técnicas do Cinema através do Departamento de Ciências Políticas da Università LUISS “Guido Carli” de Roma, onde é membro do Comitê diretor do Centro de pesquisa Centre for Media and Comunication Studies (CMCS) “Massimo Baldini”. Presidente da Fondazione Ente dello Spettacolo e Diretor da “Rivista del Cinematografo”, além de Presidente da Comissione Nazionale Valutazione Film (CNVF) da Conferenza Episcopale Italiana (CEI). Conselheiro da Administração do Centro Sperimentale di Cinematografia, ligado a Cineteca Nazionale e a Editoria, de 2008 a 2012. É autor de numerosos estudos dedicados à análise da relação entre as mídias e o mundo católico, com especial atenção ao Cinema.

Carisma e liderança são tão poderosos, têm tamanha e irresistível atração que às vezes apenas o uso de um simples uniforme pode fazer com que cada um de nós constantemente sinta uma falsa sensação de superioridade. Quando Charlie Chaplin, o brilhante ator que sempre interpretava seus papeis com perfeição, interpretou o papel de um personagem ditador e arrogante, Hynkel, ele ficou maravilhado pelo resultado e deixou um comentário escapar: “É só porque estou usando essa maldita coisa (uniforme) que eu estou me comportando desta maneira”. Cineastas também têm um tipo de “poder”: o poder de guiar o espectador. Esta era a razão, no final da década de 30, pela qual Chaplin se preocupava e se irritava com a propagação da ditadura. Assim, pegou a sua única arma disponível, a comédia, para retratar Hitler durante sua transformação de confiante ultranacionalista ao verdadeiro “líder transformador”, se contaminando com escolhas arriscadas e imorais que mudaram o curso da história. No filme O Grande Ditador, de 1940, o palhaço Carlitos faz o papel de um pobre barbeiro judeu, que por uma curiosa virada do destino é idêntico ao cruel e despótico Hynkel, com o qual foi confundido. A maravilhosa parodia do jeito de falar do Hitler – criado pela mistura sem sentido de sons teutônicos – e a dança do ditador, quase se elevando ao nível de Deus, com o mapa do mundo, opõe se a declaração final do barbeiro cuja alma não mudou apenas pelo uso do uniforme de general. Destinado para aqueles que nem se quer tentaram entender o que está escondido por trás de mitos e propagandas, ele resumiu as esperanças e os medos que o mundo enfrentou na mais terrível guerra já vista.