Segundo Heidegger, o
ser humano é ser como possibilidade, como projeto, essa ideia nos induz na
temporalidade. Isso não significa apenas que temos um passado e um futuro, mas
que o futuro se revela como aquilo para o qual a existência é projetada e que o
passado é aquilo que a existência transcende. O existir humano consiste no
lançar-se contínuo às possibilidades, entre as quais se encontra a
situação-limite representada pela morte. A presença se mostra como ser aberto às possibilidades, e como situação
limite se depara com a morte, aquela possibilidade que dá fim a todas as
outras.
A angústia é o fenômeno privilegiado, gerado pela situação
limite da morte, e conduz o Dasein (presença)
do impessoal para a possibilidade de ser ele mesmo. “A angústia manifesta no
Dasein o ser para o
poder ser mais próprio, isto é, o ser-livre para a liberdade
do se-escolher-e-se-apropriar-de-si-mesmo” (HEIDEGGER citado por DUBOIS). Nesse
sentido, a angústia faz do Dasein um ser de possibilidades; a partir dela ele
se vê livre para escolher-se. Enquanto ser-no-mundo o Dasein é “(…) aquele que
constrói, é aquele que se projeta, é poder-ser, é deixar-ser; é liberdade
enquanto possibilidade” (VALE, 2008, p. 25). “Para Heidegger é indiscutível que
o dasein autêntico necessita estar angustiado” (MALLMANN, 2008, p. 62).
A angústia é o movimento que dá origem a
vida autêntica, transformando e modificando o ser-aí. Fazendo com que o sujeito
tome as rédeas da própria vida, fazendo o seu caminho em percorrendo-o, em
transformando-o. É possível que essa consciência de finitude e do ser para a
morte seja condição prévia necessária para uma vida autêntica. Afinal é a
partir da compreensão como ser finito e contínuo as possibilidades, que o homem
pode desenvolver uma vida autêntica. Apesar da dificuldade de viver a
autenticidade da vida humana expressada na angústia.
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