segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Heidegger e o ser-para-a-morte


Segundo Heidegger, o ser humano é ser como possibilidade, como projeto, essa ideia nos induz na temporalidade. Isso não significa apenas que temos um passado e um futuro, mas que o futuro se revela como aquilo para o qual a existência é projetada e que o passado é aquilo que a existência transcende. O existir humano consiste no lançar-se contínuo às possibilidades, entre as quais se encontra a situação-limite representada pela morte. A presença se mostra como ser aberto às possibilidades, e como situação limite se depara com a morte, aquela possibilidade que dá fim a todas as outras.
A angústia é o fenômeno privilegiado, gerado pela situação limite da morte, e conduz o Dasein (presença) do impessoal para a possibilidade de ser ele mesmo. “A angústia manifesta no Dasein o ser para o poder ser mais próprio, isto é, o ser-livre para a liberdade do se-escolher-e-se-apropriar-de-si-mesmo” (HEIDEGGER citado por DUBOIS). Nesse sentido, a angústia faz do Dasein um ser de possibilidades; a partir dela ele se vê livre para escolher-se. Enquanto ser-no-mundo o Dasein é “(…) aquele que constrói, é aquele que se projeta, é poder-ser, é deixar-ser; é liberdade enquanto possibilidade” (VALE, 2008, p. 25). “Para Heidegger é indiscutível que o dasein autêntico necessita estar angustiado” (MALLMANN, 2008, p. 62).
A angústia é o movimento que dá origem a vida autêntica, transformando e modificando o ser-aí. Fazendo com que o sujeito tome as rédeas da própria vida, fazendo o seu caminho em percorrendo-o, em transformando-o. É possível que essa consciência de finitude e do ser para a morte seja condição prévia necessária para uma vida autêntica. Afinal é a partir da compreensão como ser finito e contínuo as possibilidades, que o homem pode desenvolver uma vida autêntica. Apesar da dificuldade de viver a autenticidade da vida humana expressada na angústia. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário