SOBRE
A JUSTIÇA
“E justiça é aquilo em virtude do qual se diz
que o homem justo pratica, por escolha própria, o que é justo, e que distribui,
seja entre si mesmo e um outro, seja entre dois outros, não de maneira a dar
mais do que convém a si mesmo e menos ao seu próximo (e inversamente no
relativo ao que não convém), mas de maneira a dar o que é igual de acordo com a
proporção; e da mesma forma quando se trata de distribuir entre duas outras
pessoas”. (ARISTÓTELES. Ética a
Nicômaco. Tradução de Leonel Vallandro e Gerd Bornheim da versão inglesa de
W. D. Ross. São Paulo: Nova Cultural, 1987, p. 89.)
SOBRE
A ÉTICA E A POLÍTICA
“Aristóteles subordina o bem do indivíduo ao
Bem Supremo da pólis. Esse vínculo interno entre ética e política significava
que as qualidades das leis e do poder dependiam das qualidades morais dos
cidadãos e vice-versa, isto é, das qualidades da cidade dependiam as virtudes
dos cidadãos”. (CHAUÍ, Marilena. Convite à Filosofia. São Paulo, Editora
Ática, 2003, p. 360.)
SOBRE
A JUSTIÇA E A INJUSTIÇA
“Dizem que uma injustiça é por natureza um
bem, e sofrê-la, um mal, mas que ser vítima de injustiça é um mal maior do que
o bem que há em cometê-la. De maneira que, quando as pessoas praticam
ou sofrem injustiças umas das outras, e provam de ambas, lhes parece vantajoso
(...) chegar a um acordo mútuo, para não cometerem injustiças nem serem vítimas
delas. Daí se originou o estabelecimento de leis e convenções entre elas e a
designação de legal e justo para as prescrições da lei. Tal seria a gênese e
essência da justiça, que se situa a meio caminho entre o maior bem – não pagar
a pena das injustiças – e o maior mal – ser incapaz de se vingar de uma
injustiça. (...) Aqui tens, ó Sócrates, qual é a natureza da justiça, e qual a
sua origem, segundo é voz corrente”. (PLATÃO. A República. Trad. de
Maria Helena da Rocha Pereira, Lisboa: Calouste Gulbenkian, 1987, p.55-56;
359a-b)
SOBRE
A LIBERDADE
“Para a voz corrente é muito simples: ser
livre é poder fazer tudo o que se quer, como se quer, quando se quer [...].
Infelizmente, não existe [...] sociedade humana que permita fazer tudo o que se
quer. Existem sempre motivos (‘razões’) ou causas [...] que ‘determinam’ a
nossa ação. [...]. Refletindo sobre a liberdade Rousseau chegou a seguinte
conclusão: ‘A obediência à lei que se estatuiu a si mesmo é liberdade’. Ou
seja, a liberdade consistiria não em recusar obedecer, negar os
constrangimentos e rejeitar as determinações, mas sim em assumi-las plenamente,
tentando refletir antes de agir, ajuizar o mais lúcida e racionalmente
possível, para não cair em excessos de toda a ordem.” (HUISMAN, Denis. A
Filosofia para principiantes. Lisboa, Publicações Dom Quixote, 1983, p. 64 a
68, Texto adaptado.)
SOBRE
O VOTO OBRIGATÓRIO
“Em minha opinião, o voto livre deve ser
defendido por razões filosóficas. (...) Ao tornar o voto obrigatório, de algum
modo é reduzido o grau de liberdade que existe por trás da decisão espontânea
do cidadão de ir à seção eleitoral e escolher um candidato. Podemos afirmar que
o voto obrigatório, constrangido pela lei, não é moral se comparado ao sufrágio
livre, resultado da deliberação de um sujeito autônomo. E, para Kant, há uma
identidade entre ser livre e ser moral.” (Autor desconhecido – texto
sobre a moral kantiana.)
interessante foi ultiu...
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