quarta-feira, 18 de julho de 2012

Filosofia e Cinema: imagem, percepção e reflexão


Filosofia e arte sempre se mostraram próximas em diversos aspectos, ambas fonte de conhecimento e reflexões. Dentre todas as artes existe uma em especial que possui uma grande quantidade de ligações com a filosofia, esta é o cinema. É possível encontrar um lugar comum entre a filosofia e o cinema. Em seu livro “Convite à Filosofia”, Marilena Chauí diz: “Como o livro, o cinema tem o poder extraordinário, próprio da obra de arte, de tornar presente o ausente, próximo o distante, distante o próximo, entrecruzando realidade e irrealidade, verdade e fantasia, reflexão e devaneio.” Percebemos com isso, até onde o cinema pode nos levar; não há um senso de espaço, pois sentimos a proximidade do ocorrido de um filme porque experimentamos a distância.
Levar estudantes de filosofia ao encontro da sétima arte pode ser um papel fundamental para sua formação. No mundo de hoje, apesar de tanta informação e acesso ao cinema, poucos são aqueles que assistem a filmes que provocam verdadeiramente reflexão. A grande maioria tem acesso a filmes comerciais que muitas vezes não acrescentam nada, provocam apenas a distração, o lazer. Ao promover este encontro, possibilitamos aos estudantes perspectivas diferentes, abrimos os olhos não só para as imagens, mas para a imaginação. A percepção se torna mais ampla e o sentimento provocado é capaz de suscitar pensamentos e críticas.
Pretendemos fomentar a compreensão da forma como as temáticas filosóficas podem aparecer em produções cinematográficas. Salientando as possibilidades de enxergar e trabalhar as realidades (ou as fantasias) do mundo por de trás das câmeras. De tal modo a fazer com que os estudantes possam perceber que um filme traz em si diversos aspectos, as características presentes têm um fundamento e vinculam-se a intenções, ideologias, teorias, etc. Assim é necessária uma sensibilização do olhar: contextualizar uma produção de relevância temática, isto é, os conceitos que impulsionaram a criação e efetivação da ideia para o cinema, e como estas dialogam com os temas, conceitos e conteúdos filosóficos. Visando assim, caracterizar o cinema como uma forma de linguagem que favorece a interpretação das teorias filosóficas.
Entre os objetivos específicos que podemos elencar para a prática desta atividade encontram-se a necessidade de realizar um trabalho a partir de um tema, esclarecendo as teorias, interpretando as ideias, e refletindo acerca dos questionamentos filosóficos. Os movimentos, as ideias, os autores e os pensamentos trabalhados através do cinema pretendem não só encontrar meios para tratar conceitos, interpretar textos e compreender as ligações da sétima arte com o cotidiano, mas também aproximar cada vez mais o estudante da unificação do conhecimento para fomentar um encontro artístico-filosófico. 

Um comentário:

  1. Olá Julia. Pesquisando sobre cinema e filosofia, encontrei teu blog. Lancei ao final de outubro/2016 meu próprio blog https://cinefletindo.wordpress.com/, refletindo com o cinema. Sou apenas uma cinéfila e uma pessoa que busca o autoconhecimento e transformação. Quem sabe poderemos 'trocar figurinhas'. Abraços

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