É admirável o fato de que somente na semana passada, quase três meses depois da tragédia que assolou a região serrana, realizou-se o primeiro “debate” acerca do que deve ser feito para evitar futuras catástrofes. E ainda mais incrível que isto, é poder observar o total despreparo de nossos governantes em tomar decisões coerentes para realmente modificar a realidade daqueles que foram afetados pelas chuvas. Um grande exemplo é que esta assembléia foi uma iniciativa do Bispo diocesano de Petrópolis através de um manifesto, o que a meu ver deveria ser da diligência dos políticos, os maiores responsáveis pela reconstrução pós tragédia.
A questão central proposta por Dom Filippo Santoro, é primeiramente a reconstrução de uma consciência, através da qual poderemos não só redefinir os parâmetros para construir novos lares, mas também valorizar a dignidade humana proporcionando novas perspectivas. Porém representantes políticos, dentre eles vereadores e deputados não mostraram uma direção certa a seguir, apenas falaram sobre projetos, e projetos, e medidas provisórias, nas quais o interesse maior está em criar um tipo de “alerta” que avisará a iminência de chuvas e deslizamentos. Tal alerta deve ser utilizado sempre na intenção de poupar vidas, mas está longe de ser uma solução adequada. É preciso muito mais do que isso para proporcionar segurança à sociedade.
Os moradores devem permanecer, na medida do possível, longe de áreas de risco, devem ser preparados não só para correr ao som de um alarme, que avisa sobre extensas quantidades de chuvas, mas principalmente para habitar um lugar sem causar um impacto ecológico de grandes proporções. Infelizmente nenhum membro do governo foi capaz de estabelecer alguma medida real e concreta para ser tomada, nada foi decidido. Por outro lado, esse foi um grande passo na direção certa, com a população participando só temos a ganhar. Outra assembléia ficou marcada para o dia 19 de maio, seria ótimo que mais pessoas participassem analisando e debatendo. E esperamos que os políticos mostrem mais coesão e decisão, em vez de tanta inaptidão.
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