No mundo de hoje, onde o avanço tecnológico domina não só os meios informativos, mas habita nossas mentes todo o tempo como um novo paradigma. Num mundo obsecado pela beleza, reino dos descartáveis e domínio dos consumistas, fica cada vez mais difícil o caminho da reflexão. Não sabemos lidar com os problemas do cotidiano, estamos reduzidos e condicionados a jogar fora o que não serve mais. A filosofia continua como uma “corda de segurança” através da qual permanecemos agarrados buscando uma solução. Ainda que seja difícil encontrar uma resposta concreta, examinar a nossa vida é uma obrigação, já nos dizia Sócrates que uma vida sem exame não merece ser vivida. Porém, mais árduo que seja manter-se junto a essa corda, é, na verdade, mostrar e expandir a filosofia para todos. Demonstrar que refletir é o melhor caminho a seguir nas emergências de nossa existência.
A reinclusão da filosofia no ensino médio já é um grande passo na direção certa, mas continuamos aquém de uma solução. É preciso muito mais, uma mudança completa, social e intelectual. Precisamos reaprender a viver, o que só é possível vivendo. Como nos diz sabiamente Guimarães Rosa em seu Grande Sertão: Veredas.
"Viver é muito perigoso... Porque aprender a viver é que é o viver mesmo... Travessia perigosa, mas é a da vida. Sertão que se alteia e abaixa... O mais difícil não é um ser bom e proceder honesto, dificultoso mesmo, é um saber definido o que quer, e ter o poder de ir até o rabo da palavra."
Mesmo sabendo que essa visão é de certa forma utópica, não estamos impedidos de tentar e essa é nossa responsabilidade. É difícil mudar o mundo, mas se começarmos por nós mesmos, já estaremos agindo. Precisamos procurar entender o mundo, sua evolução, suas necessidades, para viver melhor.
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